Diagnóstico avassalador da Guarda Municipal

Diagnóstico avassalador da Guarda Municipal

Transcrevo trecho de reportagem, publicada na edição de hoje do Jornal de Londrina, sobre os motivos que levaram a PM a romper o convênio com a Guarda Municipal de Londrina:

Polícia Militar rompeu o convênio de cooperação técnica com o Município para o curso de tiro porque considerou que os Guardas Municipais (GM) não têm condições de portar armas. A afirmação foi feita ontem pelo coronel Altivir Cieslak, comandante do 2º Comando Regional da PM, e corroborada pelo atual comandante do 5º Batalhão (BPM), tenente-coronel Samir Geha. Geha foi dos instrutores cedidos pela PM para o curso de formação da Guarda, em 2010.

Cieslak, que estava no comando do 5º BPM quando o convênio foi rompido, disse que a decisão foi tomada por conta da “não conclusão” do curso de formatura. “Como a Secretaria de Defesa Social tinha pressa em nomear os guardas, houve uma interrupção do curso para a formatura do efetivo. Com isso, algumas disciplinas ficaram pelo meio ou nem chegaram a ser dadas. Os alunos não foram sequer avaliados”, afirmou.

Especialista ensina técnicas de combate para a PMCerca de 60 policiais militares da Rotam e Choque de nove Batalhões da Polícia Militar da região participaram ontem de um curso de combate aproximado, ministrado pelo britânico Steve Costello, 70 anos, especialista que treina a Força Especial Britânica e de outros países da Europa. Os PMs aprenderam táticas de desarme, imobilização e condução, com técnicas desenvolvidas por Costello, misturando boxe, caratê, jiu-jitsu e Karatê Kempo. Segundo o tenente-coronel Fábio Luiz Rincoski, o mestre, que dá aulas gratuitas do tipo para PM em Curitiba desde 1996, veio à Londrina depois de um pedido do comandante geral da PM, Coronel Roberson Luiz Bondaruk, de quem é amigo pessoal. “Para nós, isso é muito importante porque é a primeira vez que um curso desse nível é disponibilizado para a região”, afirmou. Para o cabo Vanderlei Picorski, da 4ª.Cia Independente, o curso é uma oportunidade única. “Para mim, que pratico artes marciais há muito tempo, é interessante conhecer técnicas novas”, disse. Ele disse que ficou surpreso ao ver a tonfa (cassetete) sendo usada ao contrário pelo mestre, num exercício de desarmamento. “É totalmente inovador e muito eficiente”, apontou.

Cieslak disse que só ficou sabendo dos fatos – ele assumiu o comando do 5º BPM em 2011 e o curso foi ministrado no ano anterior – quando se reuniu com os instrutores para o planejamento do curso de tiro. “Os oficiais e praças nos avisaram o que havia acontecido e consideramos que não seria adequado que a PM se responsabilizasse por algo pode vir a dar problemas”, disse.

Segundo o coronel, o Município quer agora apenas a prática de tiro. “Como vamos oferecer curso de tiro sendo que outras disciplinas que seriam pré-requisitos para a prática não foram dadas?”, questionou. Para ele, aprender a atirar é fácil, qualquer pessoa pode fazê-lo, basta ir a um estande. “Mas isso não significa que vai poder portar arma em serviço. É totalmente diferente. Existe todo um cabedal de conhecimentos em relação às questões intelectuais, técnicas e até psicológicas para saber se o sujeito tem condições. E a Guarda, hoje, não tem”, afirmou.

O diagnóstico sobre o preparo da Guarda Municipal é avassalador – um caso de polícia! – e comprova que o (por enquanto) prefeito Homero Barbosa atropelou as etapas para que pudesse dispor de homens e mulheres com belas fardas, aptos a figurar em seus programas publicitários…