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sexta-feira, 6 de março de 2015

Guardas municipais conciliam vaidade e rotina pesada

 

Farda, coturno e batom podem parecer uma combinação improvável, mas a vaidade é característica comum às 132 guardas municipais de Curitiba. Ao lado de 1.327 homens na corporação, elas são minoria. Apesar de atuarem em situações tensas, passarem por treinamentos físicos pesados e terem uma rotina exaustiva, não abrem mão da feminilidade.
“Sempre fui vaidosa, é uma forma de melhorar a minha autoestima e o meu humor durante o trabalho”, disse a integrante do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal de Curitiba, Rosane Nascimento, mãe de uma criança de 11 anos. “Meu filho tem muito orgulho do trabalho que eu faço”, disse ela.
No trabalho, Rosane está acostumada a manusear armas e atuar em situações difíceis, como jogos de futebol, roubos de carros, retirada de invasões e controles de distúrbio em geral, além da preparação física rigorosa. Em seu grupo de trabalho, há 41 homens e apenas duas mulheres.
“Muitas vezes chamam uma de nós duas e temos que nos deslocar para outro bairro para ajudar em alguma ocorrência que envolva mulheres”, disse Rosane. “Isso prova o quanto é importante que existam mulheres no efetivo do GOE”.
Apesar do ambiente predominantemente masculino e da rotina pesada, Rosane esbanja vaidade. “Não saio de casa sem estar maquiada, com brinco e cabelo arrumado”, disse. “Só não uso esmalte nas unhas porque nosso uniforme inclui luvas”.
No caso da guarda municipal Sônia Maria Paulin Ferreira, que hoje atua numa função administrativa, as unhas vermelhas são marca registrada. “Mas mesmo quando atuava nas ruas, nunca abri mão de estar maquiada durante o trabalho”, disse. “Manter a feminilidade é fundamental”.
Sônia é casada há 17 anos e tem duas filhas. “Elas gostam muito do meu trabalho”, disse. Nas abordagens nas ruas, segundo ela, sempre houve muito respeito e a reação das pessoas geralmente era positiva. Vale lembrar que durante a gestação as guardas municipais são dispensadas de usar a farda e são deslocadas para funções administrativas.
Sem preconceito - Uma das servidoras mais antigas da corporação, Jocimara dos Santos Martins, há 24 anos na Guarda Municipal, também conta que nunca sofreu preconceito ou discriminação. “Mesmo quando eu trabalhava diretamente nas ruas, enfrentando diversas situações difíceis, sempre fui tratada com respeito”. Após superar um problema de saúde, há cinco anos Jocimara exerce funções administrativas na Guarda Municipal.
Mãe de quatro filhos e avó de quatro netos, ela conta que conciliar o trabalho com a maternidade foi um desafio, especialmente no início da carreira. “Mas eu faria tudo novamente, pois a minha profissão sempre foi motivo de grande alegria para toda a minha família”, disse Jocimara.
Outra antiga integrante da corporação, Josefa Ferreira, 23 anos na Guarda Municipal, também tem muita história pra contar. Mãe de dois filhos e avó de quatro netos, ela lembra o quanto foi difícil conciliar a formação da família com a carga horária puxada da corporação. “Mas tudo deu certo e meus filhos têm muito orgulho de mim”, disse.
Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi quando ajudou a salvar vidas num incêndio em um lar de idosos. “A nossa viatura da Guarda Municipal chegou antes dos Bombeiros e conseguimos resgatar muita gente”, disse. “São histórias inesquecíveis de nossa profissão.”

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